sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Filosofia e Sociologia

Há dias quero escrever sobre um assunto, mas nada de tempo me sobra para isso. Agora, enquanto espero o sistema voltar a funcionar, cá estou! Outro dia me incomodou muito ver no Twitter alguns comentários sobre uma postagem no blog do Reinaldo Azevedo, no site da Revista Veja. Os comentários falavam acerca da obrigatoriedade das disciplinas de Sociologia e Filosofia no Ensino Médio.
Nas palavras do próprio Reinaldo Azevedo, cito: os brasileiros figuram nas piores colocações em disciplinas como ciência, matemática e leitura, no ranking do Programa Internacional de Avaliação de Alunos. Em vez de empreender um esforço para melhorar o quadro lastimável da educação brasileira, o governo se empenha em tornar obrigatórias disciplinas que, na prática, só vão servir de vetor para aumentar a pregação ideológica de esquerda, que já beira a calamidade nas escolas. Uma das metas do currículo de sociologia no Acre é ensinar os alunos a produzir regimentos internos para sindicatos”.
Quando li isso, fiquei impressionada... Após refletir um pouco a respeito da postagem e, também, ler outras postagens do autor, percebi que em parte ele está mesmo certo. Bom, concordo que é necessário empreender um esforço para melhorar o quadro lastimável da educação brasileira e, também, que a obrigatoriedade não garante a qualidade do ensino destas disciplinas nas escolas, até porque devido à obrigatoriedade, é possível que se necessite mais professores destas áreas, – o que não necessariamente indica um maior investimento em cursos superiores–, é provável que outros profissionais de outras áreas ocupem essas vagas, e até professores e professoras de outras áreas.
No período em que morei em Sorriso/MT trabalhei numa escola estadual que tinha quatro ‘professores’ para ministrar a disciplina de filosofia para o Ensino Médio. Contudo, apenas eu era formada na área. Havia, inclusive, uma Técnica Agrícola que ministrava a disciplina. Então, concordo que poderão ser trabalhadas várias coisas ao invés de Filosofia e Sociologia nas escolas. A obrigatoriedade não garante a qualidade, não só no caso dessas duas disciplinas, mas do ensino em geral.
Penso que, talvez, tenha sido essa a intenção do Reinaldo Azevedo neste comentário acima, pois vi outra postagem dele, na qual ele diz não ser contra o ensino de Filosofia e Sociologia. Acredito que o que causou o grande alvoroço, foi o fato de esta postagem estar no blog da Revista Veja, afinal não seria a primeira vez que o folhetim se manifestaria contra o ensino de Filosofia e Sociologia.
 Temos que melhorar e, muito, a qualidade do ensino no Brasil, a Educação clama por investimentos e por uma reforma, é necessário que seja prioridade, não somente nos discursos eleitoreiros, mas na prática também. Talvez, o primeiro passo seja um salário digno aos professores e as professoras, mas claro não se resume a isso. É necessário um trabalho longo... 

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Humanos se 'coisificando' e humanizando coisas...

Ontem, como de praxe às quintas-feiras, meu dia terminou às 23h30min. Horário no qual costumeiramente chego a minha casa, após uma jornada de três turnos... A primeira coisa que fiz foi atender minha filha Isadora, que já me aguardava à porta. Tomamos um banho e a coloquei para dormir... Então, fui comer alguma coisa, tomar um chimarrão, conversar com meu marido e Gustavo (meu enteado de dez anos).  A televisão estava ligada, mas ninguém prestava muita atenção a ela, até começar o Hipertensão... Gustavo saiu correndo para ver, chamando a atenção de todos para que olhássemos o programa, fitei a televisão por alguns minutos, enquanto tomava um chimarrão, lia um livro e via meu e-mails.
Então, aquele programa me distraiu... Fiquei pensando até que ponto o ‘ser humano’ é capaz de ir pelo dinheiro?! Pensei, isso só pode ser o auge do Capitalismo, não há outra explicação! Foi o tempo de refletir a respeito e mandei o Gustavo para cama... Como pode o ser humano, ‘homo sapiens sapiens’, ser racional que sabe e sabe, se permitir esse tipo de violência? No meu ver, é violência sim, as pessoas se violentam, se submetem a coisas que detestam, tem medo ou nojo, TUDO em troca do dinheiro.
Sem falar que ‘perdem’ totalmente a autonomia, viram marionetes nas mãos dos produtores do programa, da Rede Globo... E, tudo isso sob a alegação que estão se constituindo pessoas mais fortes, aprendendo a lidar com seus medos e frustrações, se tornando seres humanos mais fortes... Por favor! Tão fortes que se submetem e são capazes de TUDO por dinheiro? Isso é ser forte?! Eu diria que esse é o mais absoluto exemplo da miséria humana, o que vale é o TER e não o SER, sim porque muitos dos que estão lá deixam de ser e só pensam em ter, doa a quem doer...
Penso que forte é uma mãe que tem um filho doente e enfrenta filas enormes nesse país para conseguir atendimento no SUS para seu filho. Forte são os inúmeros brasileiros e brasileiras que vivem -  melhor dizendo - sobrevivem abaixo da linha da pobreza, enquanto políticos corruptos desviam milhões que com sacrifício tiramos, muitas vezes da mesa da nossa família, da saúde ou da educação dos nossos filhos, para cumprir com nosso dever de cidadão: pagar impostos.
Fortes são os professores e professoras que ganham uma miséria para “salvar o país”. É, “salvar o país”, pois se não todos, mas a maioria dos políticos que hoje estão no poder, têm em seu discurso que somente a Educação é capaz de “salvar o país”, mas enquanto estes ganham horrores para “acabar com o país” – explico: digo acabar com o país, pois na sua maioria nada fazem em prol da sociedade, a não ser onerar ainda mais o bolso do contribuinte, o que acaba por gerar juros absurdos e aumentar o endividamento da sociedade –, os professores e professoras vivem uma batalha diária por salários dignos.
Enquanto isso tudo acontece em nosso país, tem gente que ainda faz apologia ao assistencialismo que impera no Brasil. Gente paga com o nosso dinheiro que pensa estar fazendo um favor ao atender a população. Um país no qual os direitos da sociedade não são respeitados, no qual são necessárias políticas afirmativas (não que eu seja contra essas políticas, mas o melhor seria não precisar delas, se vivêssemos num país justo e igualitário). País em que os políticos se vangloriam de serem éticos, honestos e combaterem a corrupção, enquanto isso tudo não passa da sua obrigação. E, enquanto isso... a população está participando de alguma forma “fácil” e sem nenhuma dignidade de ganhar dinheiro, seja Big Brother, Fazenda, Hipertensão e etc. promovida pela mídia na tentativa de mantê-la ocupada e distraída, sem tempo para refletir.
Bem, não sei se feliz ou infelizmente em mim esse tipo de programação causa o efeito contrário. Outras vezes já citei a dialética de Marx, para explicar o momento que vivemos, mas não consigo ver de outra forma, a saber: humanos se coisificando e humanizando coisas!

sábado, 24 de setembro de 2011

Educação ambiental?


Algumas coisas me intrigam e também me incomodam bastante. Explicarei... Estive nesta semana no II Congresso Internacional de Educação Ambiental, promovido pela UFSM, no Polo em que trabalho, na cidade de Panambi. Ouvi relatos de trabalhos e pesquisas excelentes sobre educação ambiental e como coloca-la em prática.
Entre tantos trabalhos e pesquisas interessantes, ouvi o relato de uma professora da Rede Municipal de ensino de Ijuí, cujo trabalho de pesquisa abordou o descarte de óleo comestível numa das nossas escolas municipais (vejam bem, numa única escola). De acordo com ela, a Rede Municipal tem peixe inserido no cardápio da merenda escolar, e ao ver inúmeras vezes ser feito o descarte do óleo utilizado na fritura do peixe para a merenda, ir pelo ralo, ficou bastante preocupada, elegendo este tema para sua pesquisa de Pós-graduação em Educação Ambiental.
Bom, essa foi a primeira coisa que me intrigou e me incomodou. Uma instituição de ensino, pública, é sempre bom salientar, municipal, que também é bom salientar, descartando óleo no ralo da pia?! Por isso, também, destaquei que era uma única escola, pois me ocorreu uma dúvida, qual o destino dado ao óleo comestível utilizado nas outras escolas da Rede Municipal??
Essa professora fez questionários de pesquisa, na tentativa de verificar “qual o tamanho do estrago” para o meio ambiente. A ideia era entrevistar todos os colaboradores das escolas da rede municipal, na tentativa de verificar quantos destes colaboradores descartam o óleo comestível utilizado nas suas residências no meio ambiente, como quantas escolas da Rede Municipal descartam e contaminam o meio ambiente.
No entanto, a ideia, que a meu ver é excelente, não queria apenas verificar o problema, mas também tentar soluciona-lo ou ameniza-lo, assim a proposta era trazer uma palestrante da Secretaria de Meio Ambiente na tentativa de conscientizar as pessoas dos danos que estão causando ao meio ambiente, e também, realizar uma oficina de confecção de sabão com o óleo comestível utilizado.
Como se sabe, para realizar uma pesquisa dessas na Rede Municipal de Ensino, é necessário a autorização da Secretaria Municipal de Educação, que NÃO AUTORIZOU (isso me indigna muito mais!) sob a alegação que o sabão é confeccionado com soda e era perigoso para a saúde das pessoas. Somente foi autorizada a pesquisa na escola que a professora trabalha, então questionei se nas outras escolas da Rede Municipal ela não realizou somente a coleta dos dados, sem a oficina de confecção de sabão, mas não, isso também não foi permitido pela Secretaria Municipal de Educação, segundo o relato da professora/pesquisadora.
Bem, como eu disse, coisas me intrigam e me incomodam... O que me intriga é se realmente houve essa proibição (ou não autorização, como queiram) por parte da Secretaria e, se sim, o que me intriga mais ainda é quais seriam os motivos? Porque uma coisa é não saber do problema, não saber ou não se preocupar com o descarte do óleo no meio ambiente, e outra (bem diferente e muito mais grave, eu penso) é saber e não querer falar sobre e muito menos soluciona-lo.
O que me intriga ainda mais, sem nenhuma redundância, é que temos uma Secretaria de Meio Ambiente, coleta seletiva para o lixo (se funciona, é outra questão, falo das iniciativas), ecoponto para descarte de pneus velhos e coleta de vidros, pilhas e etc. (antigos papa-vidros, papa-pilhas...) e recentemente uma grande campanha para arrecadação de lixo eletrônico, o que demonstra ou deveria demonstrar, uma certa preocupação com as questões ambientais por parte do Poder Público Municipal. Então, onde está o problema? Parece-me que alguma coisa não está em harmonia.
Penso que para se efetivar a Educação Ambiental é necessário conscientização, e muito mais do que discurso, é necessária a prática, dar o exemplo... Quando se fala de uma instituição de ensino então... Quanto à pesquisa e a qualificação, entendo que a Secretaria de Educação deveria apoiar e incentivar e, jamais, não permitir.
Sinceramente, me senti envergonhada, porque por mais que eu separe o meu lixo, faça o descarte adequado do óleo utilizado na minha casa, morar num município em que ainda acontece esse tipo de coisa, é complicado, é constrangedor, ver o público criticar (com razão) primeiramente a forma que se dava o descarte do óleo nessa escola e, mais ainda, a atitude da Secretaria Municipal de Educação foi ainda mais constrangedor.
Quero crer que tudo não passou de um mal entendido de quem leu a solicitação da professora/pesquisadora e que em breve, adotando o exemplo dessa escola em que trabalha a professora, será dado um destino adequado ao óleo utilizado, e instalado um ‘papa-óleo’ em cada escola da Rede Municipal de Ensino (assim como foi adotado na escola pesquisada).
Para concluir, é do conhecimento de todos, ou pelo menos deveria ser, que a educação ambiental tem que ser trabalhada na Educação Básica, minha dúvida é que tipo de educação ambiental tem os alunos que estudam nessas escolas em que o óleo comestível utilizado é descartado no ralo da pia...?

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

20 de setembro...

Sou gaúcha, natural de Pelotas, com muito orgulho! Há inúmeras coisas que aprecio em nossa cultura, mas não consigo apreciar esse tal 20 de setembro... Não consigo compreender como se comemora uma ‘guerra’ que se perdeu. Hoje um amigo me disse: não importa a vitória, mas sim as conquistas que a Revolução Farroupilha nos trouxe... É mesmo?! Quais?? Alguém poderia me dizer, por gentileza?
Uma ‘guerra’ que teve como lema: “liberdade, igualdade e humanidade” e foi financiada pela venda e/ou aluguel de escravos negros para outros países, que prometeu liberdade para os escravos que nela lutassem e, culminou na Traição de Porongos, desarmando os lanceiros negros e os exterminando, sem falar nos heróis, que eram senhores de escravos.
Sinceramente, não vejo o que comemorar nesse 20 de setembro. Ainda temos o nosso hino, que particularmente, acho lindíssimo, mas que tem na sua letra: “sirvam nossas façanhas de modelo a toda terra...” e me pergunto: quais façanhas?! Espero que não sejam essas de exploração, de forjar e perpetuar conquistas que nunca existiram, de colocar os escravos a defender os interesses da elite gaúcha, numa luta que nada tinha a ver com o seu lema, sem falar nos negros infantes que no episódio da ‘Traição de Porongos’ foram dizimados.
Concordo com o Juremir Machado da Silva, que diz “a revolução farroupilha se consolida como o triunfo anual da ignorância estimulada pela mídia. Puro marketing”.  Creio que aqueles que ainda comemoram o 20 de setembro, é porque desconhecem a história e acreditam no marketing da mídia capitalista, cujo único objetivo é lucrar, lucrar e lucrar!
Talvez seja necessário refletir sobre essa comemoração para descobrir do que realmente nos orgulhamos e do que nos horrorizamos.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Esclarecimento.

Bom, vamos lá, já faz muito tempo que não escrevo aqui e, este é um dos motivos pelos quais eu não tinha um blog, falta de tempo... E, outro, não sou dada a essas coisas de ficar, como diria a minha mãe, “chovendo no molhado”, como muitos fazem.
Aqueles(as) que uma vez ou outra passam/passaram por aqui, conhecem o meu primeiro texto, que escrevi justamente por discordar da opinião de alguém, não quero aqui retomar tudo que coloquei lá, não é isso, mesmo que esteja na moda utilizar-se de “novos textos antigos” em blogs e microblogs.
Quero apenas colocar um esclarecimento aqui, o texto não é nada pessoal, não era para ser encarado como uma ofensa ou uma crítica a alguém, não tem nada a ver com os meus afetos e desafetos, por favor... Até porque a pessoa em questão, com quem eu simpatizo, parece ter compreendido isso, como ela mesma coloca: na democracia, discordar é salutar.
Talvez eu tenha sido um pouco ‘áspera’ mesmo, mas naquele momento foi a forma que consegui me expressar. Às vezes, nós escrevemos textos ou frases sem analisarmos e refletirmos sobre o que realmente aquelas palavras carregam, penso ter sido o que aconteceu com ela e, de certa forma, comigo também. A minha intenção ao escrever aquele texto foi de “chamar à reflexão” sobre o que estava ali intrinsecamente exposto. E, daí, tenho que novamente utilizar a sabedoria da minha mãe: “o macaco não olha para o rabo”. De fato, escrevi para “chamar à reflexão” e em nenhum momento parei para refletir sobre o que escrevia e que reações o texto causaria.
Não sou daquelas pessoas que dá importância ao que os outros pensam a seu respeito e, muito menos, que se importa em agradar os outros, pelo contrário, a única coisa com que me importo é com o direito de expressão, de poder expressar o que gosto e o que não gosto, o que penso, enfim... Aquelas coisas que outro dia quiseram coibir/impedir o Tonho Crocco de fazer, sabem!? E, nesse sentido, após refletir um pouco, percebi que tanto eu quanto a minha amiga do blog “Perdida no meio do milharal” queríamos a mesma coisa, ela também estava ali colocando as suas idéias, as coisas das quais gostou e não gostou na reunião, assim como eu me senti no direito de não gostar do texto dela (apenas daquele texto, sempre é bom reforçar). Penso que era necessário esclarecer.
Ah, sempre vale reforçar, não quero iniciar com isso mais conversas de gente que não tem o que fazer e, sempre, está à espera para fazer alguma intriga. É, que havia dito que iria responder ao comentário abaixo e, achei prudente fazê-lo antes de colocar outro texto.





domingo, 3 de julho de 2011

Todos e todas, refletindo sobre gênero...

Sabe, eu por muito tempo relutei, achava um absurdo falar ‘todos e todas’ e, sempre que via alguém falar assim... Era taxativa: coisa de petista! Demorei muito para perceber o quanto a língua portuguesa é carregada de preconceito e machismo.

Foi necessário estar numa sala de aula com 42 mulheres e um homem para perceber a importância das questões de gênero. A importância em diferenciar, afinal, como falar com as alunas e o aluno no plural sem ser machista? Pense, o quanto eu seria machista ao chamar de “alunos” aquela turma... E, com certeza se chamasse de “alunas”, este aluno se sentiria incomodado, não é mesmo?!
Após uma conversa com a minha colega Eliane, percebi a importância da diferenciação do gênero. E, pasme, a solução que encontrei é quando falar no plural, diferenciá-los quanto ao gênero. Assim, seguidamente me pego utilizando “todos e todas...”. Ler e trabalhar a obra de Paulo Freire tem sido uma experiência excelente e apaixonante e, também, tem me ajudado muito como ser humano, a “quebrar” pré-conceitos e preconceitos. Esta aí, recomendo!

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Indignando-me mais um pouco...

Olá pessoal, escrevo hoje este texto para inaugurar este blog, quem me conhece sabe que não sou dada a essas coisas, raramente comento qualquer texto postado em blogs de amigos (muito bons por sinal, como por exemplo, da amiga, Maria Luiza Diello), no entanto, não consegui pensar em outra forma de me expressar quanto a um absurdo tão grande quanto ao que irei falar hoje.

Ontem, uma amiga muito querida, me apresentou a um blog, que tinha um famigerado texto intitulado “A Juventude”. De acordo com ela, me apresentou o tal texto justamente porque sabia que eu iria “gostar”.

O texto fala de uma reunião de Juventude que aconteceu na semana passada, mas é de um mau gosto enorme, primeiro porque é totalmente preconceituoso e, segundo, pela infeliz ideia de falar da forma que ela fala desta geração jovem que temos aí. Não falo o nome da pessoa que escreve nesse blog, porque ela mesma não se identifica em seu blog, o que a mim não causa nenhum espanto, levando em consideração as bobagens que escreve.

Desde ontem, após essa leitura, fiquei pensando quem essa pessoa pensa ser? Porque ela coloca algo assim: “nossa tarefa agora é formar cidadãos capacitados, evoluídos, futuros lideres do amanhã” (?). Que tipo de seres capacitados, evoluídos e líderes ela quer FORMAR? Seres capacitados, evoluídos e líderes como ela? Cheia de preconceito e pré-conceito, que não respeita os outros sujeitos, que “se acha” muito mais evoluída e inteligente que os outros sujeitos? Foi nessa hora que fiquei feliz em não fazer parte da geração mais jovem que ela fala.

Está aí o tipo de formação que eu não queria para mim e, muito menos, para a minha filha. Hoje em dia se fala tanto em inclusão social, respeito às diferenças e diversidades, e daí se vê uma atitude dessas...

Então, não me detive apenas nesse texto no blog, li outros nos quais ela fala das leituras que tinha ainda no tempo escolar, como por exemplo, Nelson Rodrigues. Que é uma excelente literatura, por sinal.

Pensei... Bom talvez lhe falte mais leituras. Pensei que ler as obras de Paulo Freire seria um começo interessante.

Porque se é pra ser preconceituosa, poderíamos começar pelo preconceito linguístico, afinal uma pessoa que escreve “doque”, − daí pode-se fazer pré-julgamentos como ela −, não está, digamos, capacitada para criticar os outros sujeitos e muito menos “formar” algum sujeito, como pretende. Contudo, este não é o nosso objetivo aqui e, sim, externar tamanha indignação, indignação que só aumenta, ao ver que há pessoas que apoiam este tipo de preconceito!

Pensando na infeliz atitude que teve esta pessoa em relação àqueles jovens, só me ocorre que desqualificar o discurso dos outros, considerar apenas os erros cometidos ao falar em público por esses jovens (que nitidamente estavam nervosos com a situação), julgá-los e classifica-los quanto a sua roupa, corte de cabelo e etc., e, ainda, manifestar a SUA impressão e interpretação quanto ao que pensavam os demais na plateia, somente demonstra uma atitude desesperada de se autoafirmar enquanto jovem, inteligente, com polimento político e na condição de FORMAR outros sujeitos!

Pensei ainda, o nome do blog (Perdida no meio do milharal) expressa bem a condição desta pessoa, completamente PERDIDA!

Desculpem o desabafo!