Há dias quero escrever sobre um assunto, mas nada de tempo me sobra para isso. Agora, enquanto espero o sistema voltar a funcionar, cá estou! Outro dia me incomodou muito ver no Twitter alguns comentários sobre uma postagem no blog do Reinaldo Azevedo, no site da Revista Veja. Os comentários falavam acerca da obrigatoriedade das disciplinas de Sociologia e Filosofia no Ensino Médio.
Nas palavras do próprio Reinaldo Azevedo, cito: “os brasileiros figuram nas piores colocações em disciplinas como ciência, matemática e leitura, no ranking do Programa Internacional de Avaliação de Alunos. Em vez de empreender um esforço para melhorar o quadro lastimável da educação brasileira, o governo se empenha em tornar obrigatórias disciplinas que, na prática, só vão servir de vetor para aumentar a pregação ideológica de esquerda, que já beira a calamidade nas escolas. Uma das metas do currículo de sociologia no Acre é ensinar os alunos a produzir regimentos internos para sindicatos”.
Quando li isso, fiquei impressionada... Após refletir um pouco a respeito da postagem e, também, ler outras postagens do autor, percebi que em parte ele está mesmo certo. Bom, concordo que é necessário empreender um esforço para melhorar o quadro lastimável da educação brasileira e, também, que a obrigatoriedade não garante a qualidade do ensino destas disciplinas nas escolas, até porque devido à obrigatoriedade, é possível que se necessite mais professores destas áreas, – o que não necessariamente indica um maior investimento em cursos superiores–, é provável que outros profissionais de outras áreas ocupem essas vagas, e até professores e professoras de outras áreas.
No período em que morei em Sorriso/MT trabalhei numa escola estadual que tinha quatro ‘professores’ para ministrar a disciplina de filosofia para o Ensino Médio. Contudo, apenas eu era formada na área. Havia, inclusive, uma Técnica Agrícola que ministrava a disciplina. Então, concordo que poderão ser trabalhadas várias coisas ao invés de Filosofia e Sociologia nas escolas. A obrigatoriedade não garante a qualidade, não só no caso dessas duas disciplinas, mas do ensino em geral.
Penso que, talvez, tenha sido essa a intenção do Reinaldo Azevedo neste comentário acima, pois vi outra postagem dele, na qual ele diz não ser contra o ensino de Filosofia e Sociologia. Acredito que o que causou o grande alvoroço, foi o fato de esta postagem estar no blog da Revista Veja, afinal não seria a primeira vez que o folhetim se manifestaria contra o ensino de Filosofia e Sociologia.
Temos que melhorar e, muito, a qualidade do ensino no Brasil, a Educação clama por investimentos e por uma reforma, é necessário que seja prioridade, não somente nos discursos eleitoreiros, mas na prática também. Talvez, o primeiro passo seja um salário digno aos professores e as professoras, mas claro não se resume a isso. É necessário um trabalho longo...
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